Anedota
Um grande amigo meu, pediu-me para publicar aqui no meu blogzito, um texto escrito por ele e que serve de chamada de atenção e ao mesmo tempo de protesto sobre a policia e a vida que temos de enfrentar quando saimos à noite simplesmente para nos divertirmos um pouco e acabamos numa situação como a que ele viveu e que infelizmente se repete todos os dias. Como te entendo meu amigo...Liberdade era quando se podia andar descansado na rua a qualquer hora...Como forma de expressar o meu apoio, aqui publico o teu texto, F.
« Como começar… Para dizer a verdade, parece-me tudo tão ridículo que dá mais um ambiente de anedota do que mais própriamente um relato de factos reais… Enfim, talvez pelo princípio não fosse má ideia.
Na madrugada de 31 de Março, estava eu a curtir muito bem uma noitada, como já não fazia há muito tempo. Um amigo havia-me convidado a ir com ele e mais uns (e umas) colegas, para uma farrazita. A noite começou bem, num bar de shots onde se bebeu uns copos e se trocou umas piadas, umas histórias e se tirou bastantes fotos para a posteridade ver as loucuras da nossa juventude; tudo sem excessos claro. Mas como só de copos e conversa não vive só a alma, resolveu-se ir até ao Dock’s (que não gosto da discoteca, mas como o grupo era porreiro, dava para se fazer a festa entre nós), e dar um pézinho de dança… A rapaziada era porreiríssima, as raparigas simpatiquíssimas, a noite estava cinco estrelas. E para se acabar em beleza, por volta das 5 da matina, toca que ir comer um pãozinho com chouriço ao “O Saloio”, na 24 de Julho.
Quando lá chegámos, topámos um grupo de pessoal que não inspirava confiança o que já de princípio nos deixou de pé atrás, mas infelizmente não podíamos mudar de sítio, porque só havia um carro e haviam três rapazes que vinham a pé da discoteca ter connosco porque já não cabiam no carro.
Resumindo…
Começaram a armar confusão connosco mal chegaram os outros três rapazes (sem provocação, note-se), ameaçaram de pancadaria em frente ao estabelecimento, mas no meio da berraria, um de nós conseguiu enfiar-se no carro e ligar às escondidas ao 112 e pedir assistência policial urgente… Cerca de 15 minutos depois, connosco a manter sempre uma postura passiva, passa um carro-patrulha muito plácidamente do outro lado da rua, o que leva o grupo a dispersar-se. Nós achámos por melhor aproveitar a deixa e abandonar imediatamente o lugar, infelizmente, seguiram os três rapazes e tentaram assaltá-los, desses três rapazes um levou uma murraça em cheio na cara, outro levou umas biqueiradas em cheio no abdómen; o terceiro, foi pedir auxilio à polícia que não fez por se despachar e prestar apoio.
Agora prestem atenção porque aqui é começa a piada:
A polícia, enquanto foi gozada e espicaçada pelo tal grupo, limitou-se a tomar notas e queriam ir-se embora, deixando os nossos amigos ali sem apoio nenhum e nem levando os arruaceiros para a cadeia… Aliás, falámos pouco porque já estávamos a ver que quem ia preso éramos nós. Depois de muito paleio um de nós disse:
-Muito bem. Vocês não os levam presos..?
-Não.
-Mas ao menos podem levar os nossos amigos com vocês para a esquadra? Assim passo mais logo por lá para os ir apanhar depois de “esvaziar” o carro.
-Hmmm… Ok. A gente então leva-os.
Fomos embora, e começou a distribuição das pessoas nas respectivas casas. Cerca de 15-20 minutos depois, recebemos um telefonema desses nossos amigos a dizer que os polícias os “despejaram” em frente à estação de Metro do Cais do Sodré, com a desculpa que a estação abria às 5h30 (mentira, só por volta das 6h15). Portanto, não levaram os arruaceiros presos e descartam-se das vítimas a uns meros 100 metros do local onde ocorreram as agressões. Bonito, hein? Só sei que foi uma sorte não ter havido problemas entretanto nos 30 minutos que demorámos a voltar a ir ter com eles… Por fim acaba-se por ficar mais revoltado com a própria polícia do que com que fez porcaria.
Quer dizer, se é para isto que pagamos impostos, se é isto que se considera um serviço de segurança público, então perdi toda a vontade de continuar português… Quer dizer, sei por fonte segura, que os polícias trabalham em condições de trampa, têm de pagar o seu próprio equipamento, os criminosos têm mais e melhores direitos do que as vítimas ou testemunhas, só para não falar na ausência de um programa de protecção às vítimas contra retaliações. E porquê? Porque a actual legislação (que não é reformulada desde antes do 25 de Abril), considera os criminosos como sendo de cariz político. Gozam com a nossa cara, só pode… Não se pode mais ir a lado nenhum na rua, não se pode andar descansado na bela cidade que temos, e tudo porque temos uma merda de geografia social… E porquê? Porque o nosso país está na mão de incompententes, porque os nossos políticos não vivem a vida de um cidadão normal e estão isolados numa redoma de uma vida pseudo-burguesa. O que me leva à conclusão de que precisamos de sangue novo na política portuguesa, a não ser que os filhos destes nossos bem-amados políticos sejam assaltados ou agredidos, e aí talvez as coisas mudassem a nosso favor; pois não vejo outra forma de vos chamar a atenção.
Deixem-se de merdas e façam finalmente o vosso trabalho…
Atenciosamente,
Um Cidadão Preocupado. »
« Como começar… Para dizer a verdade, parece-me tudo tão ridículo que dá mais um ambiente de anedota do que mais própriamente um relato de factos reais… Enfim, talvez pelo princípio não fosse má ideia.
Na madrugada de 31 de Março, estava eu a curtir muito bem uma noitada, como já não fazia há muito tempo. Um amigo havia-me convidado a ir com ele e mais uns (e umas) colegas, para uma farrazita. A noite começou bem, num bar de shots onde se bebeu uns copos e se trocou umas piadas, umas histórias e se tirou bastantes fotos para a posteridade ver as loucuras da nossa juventude; tudo sem excessos claro. Mas como só de copos e conversa não vive só a alma, resolveu-se ir até ao Dock’s (que não gosto da discoteca, mas como o grupo era porreiro, dava para se fazer a festa entre nós), e dar um pézinho de dança… A rapaziada era porreiríssima, as raparigas simpatiquíssimas, a noite estava cinco estrelas. E para se acabar em beleza, por volta das 5 da matina, toca que ir comer um pãozinho com chouriço ao “O Saloio”, na 24 de Julho.
Quando lá chegámos, topámos um grupo de pessoal que não inspirava confiança o que já de princípio nos deixou de pé atrás, mas infelizmente não podíamos mudar de sítio, porque só havia um carro e haviam três rapazes que vinham a pé da discoteca ter connosco porque já não cabiam no carro.
Resumindo…
Começaram a armar confusão connosco mal chegaram os outros três rapazes (sem provocação, note-se), ameaçaram de pancadaria em frente ao estabelecimento, mas no meio da berraria, um de nós conseguiu enfiar-se no carro e ligar às escondidas ao 112 e pedir assistência policial urgente… Cerca de 15 minutos depois, connosco a manter sempre uma postura passiva, passa um carro-patrulha muito plácidamente do outro lado da rua, o que leva o grupo a dispersar-se. Nós achámos por melhor aproveitar a deixa e abandonar imediatamente o lugar, infelizmente, seguiram os três rapazes e tentaram assaltá-los, desses três rapazes um levou uma murraça em cheio na cara, outro levou umas biqueiradas em cheio no abdómen; o terceiro, foi pedir auxilio à polícia que não fez por se despachar e prestar apoio.
Agora prestem atenção porque aqui é começa a piada:
A polícia, enquanto foi gozada e espicaçada pelo tal grupo, limitou-se a tomar notas e queriam ir-se embora, deixando os nossos amigos ali sem apoio nenhum e nem levando os arruaceiros para a cadeia… Aliás, falámos pouco porque já estávamos a ver que quem ia preso éramos nós. Depois de muito paleio um de nós disse:
-Muito bem. Vocês não os levam presos..?
-Não.
-Mas ao menos podem levar os nossos amigos com vocês para a esquadra? Assim passo mais logo por lá para os ir apanhar depois de “esvaziar” o carro.
-Hmmm… Ok. A gente então leva-os.
Fomos embora, e começou a distribuição das pessoas nas respectivas casas. Cerca de 15-20 minutos depois, recebemos um telefonema desses nossos amigos a dizer que os polícias os “despejaram” em frente à estação de Metro do Cais do Sodré, com a desculpa que a estação abria às 5h30 (mentira, só por volta das 6h15). Portanto, não levaram os arruaceiros presos e descartam-se das vítimas a uns meros 100 metros do local onde ocorreram as agressões. Bonito, hein? Só sei que foi uma sorte não ter havido problemas entretanto nos 30 minutos que demorámos a voltar a ir ter com eles… Por fim acaba-se por ficar mais revoltado com a própria polícia do que com que fez porcaria.
Quer dizer, se é para isto que pagamos impostos, se é isto que se considera um serviço de segurança público, então perdi toda a vontade de continuar português… Quer dizer, sei por fonte segura, que os polícias trabalham em condições de trampa, têm de pagar o seu próprio equipamento, os criminosos têm mais e melhores direitos do que as vítimas ou testemunhas, só para não falar na ausência de um programa de protecção às vítimas contra retaliações. E porquê? Porque a actual legislação (que não é reformulada desde antes do 25 de Abril), considera os criminosos como sendo de cariz político. Gozam com a nossa cara, só pode… Não se pode mais ir a lado nenhum na rua, não se pode andar descansado na bela cidade que temos, e tudo porque temos uma merda de geografia social… E porquê? Porque o nosso país está na mão de incompententes, porque os nossos políticos não vivem a vida de um cidadão normal e estão isolados numa redoma de uma vida pseudo-burguesa. O que me leva à conclusão de que precisamos de sangue novo na política portuguesa, a não ser que os filhos destes nossos bem-amados políticos sejam assaltados ou agredidos, e aí talvez as coisas mudassem a nosso favor; pois não vejo outra forma de vos chamar a atenção.
Deixem-se de merdas e façam finalmente o vosso trabalho…
Atenciosamente,
Um Cidadão Preocupado. »