Cada vez que vou a um casamento sinto-me estranho. A cerimónia não me cria emoções ( o que é que cria hoje em dia...?) e, peço desculpa por este desabafo, mas cada casamento faz-me sempre ficar ainda mais satisfeito pela ideia de não casar. Aqueles rituais, o ser mais um entre iguais, faz-me sentir mal. Respeito quem o faz claro! Mas seria incapaz de fazer aquele papel num filme tão visto.
Neste momento em que vos escrevo - são 20:09 de Terça-Feira - está ainda calor lá fora. O verão faz-me mal. Sempre que o verão acaba, é uma vitória para mim. Sinto que fui poupado mais um ano e que ainda cá estarei para com as minhas poucas forças, fazer frente a mais tardes de 40 graus...
No post anterior, coloquei um poema do Cesariny. Desde pequeno que me habituei ao seu nome, visto que vivia na minha rua. Sempre ouvir falar do pintor/poeta, que vivia alguns prédios abaixo e que raramente saía de casa. Lembro-me que em certa fase da minha vida, achava que o meu futuro iria ser como o dele: Em casa, sem sair e de certeza a viver com os fantasmas do passado, do presente e talvez do futuro. Passados vários anos, Césariny morreu. Mas não devia. Há pessoas que não deviam morrer, porque aquilo que fazem é um atalho por nós aproveitado para fugir ao que a realidade nos dá. E quando elas desaparecem, fazem-nos sentir algo perdidos...atrapalhados...deslocados...
É engraçado perceber como a tristeza é mais unificadora que a alegria. Nos dias que correm, fazer algo para estar bem e rir é quase impossível. Mas para chorar ou lamentar, lá estamos todos...world is a strange place isnt'it?