terça-feira, dezembro 28, 2004

Poesia...


« A mulher é a poesia de Deus; o homem a simples prosa. »
Napoleão Bonaparte

sábado, dezembro 18, 2004

Será...?


Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que me entranha na espécie de pensar,
É um domingo às avessas
Do sentimentos,
Um feriado passado no abismo...

Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Com tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Não. Cansaço porquê?
É uma sensação abstracta
Da vida concreta,
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...

Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...

Álvaro de Campos