terça-feira, julho 31, 2012

Noite de férias

A "Noite Passada" vai de férias e volta ao activo em Setembro. Durante o mês de Agosto podem ser ouvidos alguns dos melhores programas do ano. Em Setembro regressamos em força e muitas mais novidades ao nível da rádio vão chegar...keep in touch.


Até...

quinta-feira, julho 26, 2012

A Noite Passada 63 (25-07-2012)




SetList: 
1- April Stevens - Teach me tiger 
2- The whitest boy alive - Gravity 
3- Bo Saris - She's on fire 
4- Mundo Cão - Dá-me amor ou ódio 
5- The Perishers - Nothing like you and I 
6- Hindi Zahra - Stand up 
7- Belle and Sebastian - I'm a cuckoo 
8- Koop - Strange love 
9- The Hives - Hate to say i told you so 
10- The Boy - July 
11- Lianne La Havas - Gone 
12- Mayer Hawthorne - Henny and Gingerale 
13- Cowboy Junkies - Flirted with you all my life 
14- Massive Attack - Saturday come slow 
15- Blur - This is a low

terça-feira, julho 24, 2012

Estive com dEUS!!! (Tom Barman @ Meco)

Eram 18h na Praia do Meco. Quando olhei a primeira vez, pensei 'este tipo que vem aí é mesmo parecido com o Tom Barman. Mas não pode ser ele'. Mal sabia eu o quanto estava errado. Quando passa junto à minha toalha, a falar inglês com uma amiga, aquela voz é algo de inconfundível. Fiquei absolutamente alterado! O Tom Barman, vocalista de uma das minhas bandas favoritas (dEUS) e que já vi ao vivo 5(!!) vezes, estava ali, no chapéu de praia ao meu lado! Às 18h! No Meco! Apesar de alguma resistência, fui convencido a ir lá e pedir para tirar uma foto. Mas não foi só isso. Ele foi absolutamente simpático comigo, conversámos uns bons 5 minutos sobre a ida deles a Paredes de Coura em Agosto, do Sudoeste do ano passado e descobri que ele vive em Sesimbra! Comprou uma casa e passa alguma parte do ano cá e adora a praia do Meco. Depois, tirou a foto comigo e não o aborreci mais. A simpatia com que me recebeu não merecia que eu abusasse muito. Foi um encontro inacreditável ( I can't believe you're here man, disse eu, enquanto lhe apertava a mão) com alguém que escreveu músicas que contam parte da minha vida desde há muitos anos...

A Noite Passada, 4ª Feira, 23/00h, na Rádio Autónoma



I am a man
I am self-aware
And everywhere I go
You are always right there with me
I flirted with you all my life
Even kissed you once or twice
And to this day I swear it was nice
But clearly I was not ready.

quinta-feira, julho 19, 2012

A Noite Passada 62 (19-07-2012)


SetList:

1- Remy Shand - The second one
2- ChetFaker - No diggity
3- Kwes - Bashful
4- Echo and the bunnymen - Nothing lasts forever
5- Patrick Watson - Night fall
6- Jamie Cullum - Frontin'
7- Kristin Hersh - Your ghost (ft. Michael Stipe)
8- Groove Armada - Think twice
9- De La Soul - Eye Know
10- Mayer Hawthorne - You've got the makings of a lover
11- M. Ward - Blakes view
12- Cinematic Orchestra - Time and Space (ft. Lou Rhodes)
13- The Doors - Strange days (Thievery corporation remix)
14- Texas - Black eyed boy

quarta-feira, julho 18, 2012

Master

terça-feira, julho 17, 2012

A Noite Passada, 4ª Feira, 23/00h, na Rádio Autónoma


In joy and pain each one will grow
For wisdom is so much more than what we know
And every child will find their way
Of living the whole life story day by day


Dream
Little girl, dream
Dream
Little boy, dream
Dream

domingo, julho 15, 2012

2:44

2h44, madrugada de sábado para domingo, A2, sentido Lisboa. Só eu e este som...

Mais de 15 anos de espera...

Há mais de 15 anos que ambicionava ter isto...foi ontem!! Obrigado P.!! Obrigado!

Nota: Para quem não sabe o que esta caixa é, clique AQUI

sexta-feira, julho 13, 2012

# E mais um

Mais um, pertencente a alguém, que guardei após ter descoberto por aí...


Ainda a ouvir a tua voz ao telefone, comecei a sentir-te tão perto como nunca….De certeza que me estavas a ver, de mão no bolso, cabeça rotativa e a outra mão também a agarrar o telemóvel…o meu estilo inconfundível…gostei!
Quando me aproximei jamais imaginei que o teu corpo tremesse tanto, numa noite que não estava sequer frio suficiente que o justificasse!
Olhei-te, sorri como uma miúdo pequenino, e vi-te nos olhos a expressão do inacreditável “finalmente”.
Mandamos umas frases ao ar para quebrar um gelo que da minha parte já há muito tinha derretido, e abraçamo-nos intensamente porque só isso fazia sentido.
Encostei o meu corpo e pressionei-te contra mim, enrosquei-me nas tuas costas como se tivesse realmente esse direito, como se aquele fosse terreno conhecido, e sobre ele tivesse semeado para agora colher frutos!
Sismo instalado no teu corpo… como um gato acabado de cair num lago de àgua gelada! Aperto-te ainda mais! “Damn”…como essa vibração sabe bem, - "não me largues"!
Apertamo-nos, abraçamo-nos, olhamos nos olhos, decoramos pormenores há muito sonhados, tocamos muito para ter a certeza que desta vez era real…! Mais umas quantas frases….que de resto não importam…
Pego na tua cara, sinto a tua pele, e encosto os meus lábios nos teus. Finalmente! Hum….beijo suave, língua quente…o teu sabor. Tudo inesperado, mas tinha de o fazer…tudo, tudo! Voltamos a abraçar-nos, encosto o meu nariz ao teu corpo, ao teu pescoço e cheiro-te, permito às minhas entranhas alimentarem-se daquele elixir imaterial!
Se pudesse tinha levado um frasquinho e guardado um pedaço de tudo!

Saímos dali e do meio da multidão, a qual eu já nem me lembrava que existia!
Aliás…não me recordo de metade do que dissemos, mas consigo lembrar de quase tudo o que fizemos, cada toque, cada olhar, cada beijo…tudo novo, mas nada estranho! Já conhecíamos os cantos à casa…tínhamos visto a planta! Faltava-nos ver os pormenores e as perspectivas!
Podia jurar que não andávamos, levitávamos… sobre a certeza de uma realidade sonhada e concretizada!
Tudo ali encaixava perfeito, demasiado perfeito… em poucas horas conseguimos ver muito, perceber o funcionamento, e compreender que afinal as cenas resultavam ainda melhor do que seria de imaginar!

Farto de estar ali, pegamos em nós e fomos. Deixamos tudo para trás já nada nos prendia, só o desejo de não nos querermos largar!
Entramos no carro, fomos mesmo para o centro! A cidade estava linda, aquelas luzes maravilhosas que enchem os espaços, e esta noite especialmente porque havia mais uma luzinha a iluminar os passos na calçada.

Queria que tivesses toda a dimensão do meu mundo!
Caminhamos até ao Rio e vimos juntos as fileiras luminosas e brilhantes da ponte…Viste-o
Fomos aquele restaurante delicioso… Provaste-o.
Entramos no santuário de batidas estridentes e intensas, para uma 1ª benção…Ouviste-o.

Acho que estávamos felizes nas nossas descobertas inesperadas de crianças…tu a descobrires-me…e eu a descobrir-te em mim!

A noite estava no seu azul mais breu…vimos o céu juntos e a Lua escondidas por uma nuvem enorme!
Voltei a abraçar-te…encostamos os nossos pescoços, dei-me a cheirar-te, e segredei-te ao ouvido:
- “ Sentes o cheiro?”
- “Hum…mal te toquei! …e não quero esquecê-lo!”
- “Não precisas… eu também não vou conseguir esquecer o teu!...não quero!” “Anda!..”


Dei-te a mão, e soube-me bem saber que não a largaste e seguiste confiante os meus passos.
Parámos em frente à Porta de madeira pesada de uma daqueles prédios antigos de Lisboa. A noite começava a ficar quente…e a Lua tinha aparecido! Encosto os meus lábios nos teus e sussurro:
- “Falta um sentido…”

Subimos as escada, entramos no ultimo andar de águas furtadas…maravilhoso! Largo-te a mão e vou até a janela, abro as portadas e sinto a cidade…deslumbrante a vista para a Costa…o Castelo no topo…as luzes tremelicam…
Antes de me dares tempo que me vir para trás, para te chamar e mostrar a vista, sinto-te a abraçares-me o corpo, encaixado em mim…a percorres-me o ventre com a tua mão…o meu pescoço com a tua língua…e com o ar quente na minha pele ouço a tua voz que diz…

-“Agora sim…tenho toda a dimensão do teu mundo…Agora que já posso tocar!?”

Da Chick

quinta-feira, julho 12, 2012

# Mais um

Mais um, apanhado por aí, perdido em blogs e txt's.

Um grito silencioso desencadeou um novo pensamento. A insatisfação de ser momentânea que o atingia como um tiro que quase matava. Sabia que amanhã de manhã iria estar tudo bem, mas aquela reflexão periódica era inquietante. O ser duplamente interrogado nas duas possibilidades opostas. A insatisfação de hoje e a certeza da felicidade de amanhã. Tudo muda e se precipita para a vontade de ser neste, ou noutro planeta, neste, ou noutro leito. 

De repente a luz apagou-se e a escuridão cobriu a cor da sala. O beijo ficou suspenso. Levantou a cabeça daquele gesto de amor e apurou os ouvidos enrugando a testa. Procurava os movimentos do carrossel que ainda mexia lá no canto da sala. Imaginou-os desconfiado por não os ver. Mexeu nos cabelos dela, sentiu-lhe a respiração, voltou ao beijo, voltou a luz à sala onde estava o carrossel.

Os lábios deles tocaram-se. Deixaram-se cair no chão onde se embrulharam apaixonadamente. O carrossel claro que continuou a rodar no mesmo canto de sempre. Enganaram-lhe as voltas, pareceu rodar mais lentamente, mas não parou.´

E de repente a sala encheu-se de amor. Um amor ofegante cheio de paixão e prazer. Ele mexia-se por cima dela no meio do chão. Ela pedia mais prazer, gemia, contorcia-se por baixo dele. O carrossel rodava pautando os movimentos.

Foste embora na noite fria. Cansado. No lugar onde me abraçaste, percebo que nem tudo pode ser como imaginamos. Foste embora e disseste, com o silêncio do corpo que me entregaste, que voltarias. Ficaram as esperas nuas. Serenas. As que se sentem quando os afectos transcendem as convenções.

Continuou a sua caminhada. Acendeu um cigarro pensativo.Tentava colorir aquela noite de alguma forma. Sentia-se triste sem saber bem porquê. Tinha saudades dela.

Em casa deixou-se cair na cama cansado. Apontou no telemóvel a hora que pretendia acordar; três e meia da manhã? Ia cumprir a sua primeira missão. Receava que o despertador não o despertasse.  Desta vez ninguém podia falhar.

Mal dormiu, saiu de casa muito antes da hora marcada.Esperava lá fora na noite que congelava tudo o que tinha ficado descoberto. Olhava o céu cheio de estrelas onde algumas caíam. Quero ser feliz, pensou e disse baixinho a quem realiza os desejos.

O coração batia com força pela ansiedade. Voltar a vê-la, o cabelo, os olhos a pele morena. No dia que a conheceu apeteceu-lhe chorar. Não foi por alegria nem por tristeza, nem por nada. Inexplicável vontade não concretizada pelas razões óbvias injustamente inerentes ao homem.

Um homem não chora afirmava ele em pensamentos que surgiam em catadupa no momento em que despia a parte de cima do pijama dela. Só tinha a parte de cima, o resto já estava nu, quase pronta para ser a amada.

@ Jamor

Já não me lembrava do prazer que sinto a jogar ténis...foi bom sentir isso de novo hoje.
@ Lx: 6-0; 6-4 :)

Woman

A Noite Passada 61 (17-07-2012)

SetList:
1- Ebony Bones - The Muzik
2- Stone Mecca - Good woman
3- Wild at heart - Darling
4- Here we go magic - Make up your mind
5- Melanie Fiona - L.O.V.E (ft John Legend)
6- The Weeknd - D.D (Michael Jackson cover)
7- Bear in heaven - The reflection of you
8- Jojo Effect - The beat goes on
9- Klaxons - It's not over yet
10- Vincent Parker - Crylian
11- The Walkmen - Heaven
12- Cat Power - Love and communication
13- Devendra Banhart - Woman
14- Memoryhouse - Walk with me
15- Depeche Mode - Enjoy the silence

Sebastião e Godot

Não gosto e não costumo trazer futebol para aqui. Mas este texto que me mostraram, tem tanto de mim nele que, apesar de parecer, não é só futebol...

Há quem julgue que me abstenho. Acontece que vivemos numa era em que as pessoas – todas as pessoas – descobriram a maravilha que é ter uma opinião. Mais: as pessoas foram autorizadas a partilhá-las, diria mesmo incentivadas a fazê-lo, escrevendo em espaços virtuais públicos. E as pessoas levam esse pequeno novo poder muito a sério. As pessoas até chegam ao ponto de, mesmo não tendo uma opinião, emitir uma – uma qualquer, com ou sem fundamento, reproduzindo apenas o que se ouviu dizer sem se pensar no assunto, ou renegando qualquer coisa porque, assim à primeira, aquilo parece mal. Ora, eu não gosto de meter palavras no difusor se não for para comunicar uma de duas coisas: ou uma insignificância entretida e sem qualquer ambição – o que faço a maior parte das vezes – ou uma ideia com pés e cabeça que pretenda – e de facto mereça – ter relevância. Para bradar só porque é moda, não contem comigo. Portanto, o que eu faço não é abster-me; é mais abstrair-me.
Esta introdução serve para assinalar duas características do texto que pretendo escrever: tenho andado abstraído e, por isso, não vou falar de coisas sérias da actualidade. Não tenho pensado no presidente Vieira, nos seus detractores, nas contratações falhadas nem no Ola John. Tirando o desejo de ver o Luuk de Jong com a Digníssima vestida, pouco mais do Benfica me tem ocupado os pensamentos que não sejam as recordações.
A verdade é que o bom povo Benfiquista anda agitado por uma razão simples: temos saudades do Benfica, todos nós. E, como bons portugueses, há um espírito sebastianista nestas saudades. Que digo eu? O síndroma é mais antigo que a Portugalidade. Todo o mundo ocidental espera pelo seu messias (os que já estão servidos, já não esperam, mas em compensação são-lhe profundamente devotos). Em cada craque dos PALOP há um potencial Eusébio, em cada Luís Filipe Vieira existe um futuro Borges Coutinho, em cada Carlos Martins pode vir a nascer um Aimar. É assim que somos, os Benfiquistas. Em cada pré-época somos os certamente campeões da época que aí vem. Como antigamente.
Os tempos mudaram, os anos passaram e continuam a passar e o Benfica, o velho Benfica, não aparece. Há esta versão modernizadazinha e sofisticadazinha, maquilhada e propagandeada, mas o Benfica de que a gente gosta e de quem sentimos saudades bem poderia chamar-se Sport Lisboa e Godot.
Nos dias de sol sinto mais saudades do Benfica. O sol é o elemento do velho Estádio da Luz. Tudo nele era soalheiro, plácido, resplandecente. As pessoas tinham de usar boné. Com o desaparecimento do velho Estádio, perdeu-se um lugar fundamental da minha memória de infância, do princípio de mim perante o futebol. É como perder a casa de família onde crescemos – e já não é a primeira vez que exponho o assunto nestes termos.
Há uns tempos, passava em Mafra pelo sítio onde foi e, para mim, costumava ser porque sempre tinha sido, a minha escola primária. Ali, onde aprendi a ler e a dar pontapés na bola e a escrever cartas de amor “Vanda gostas de mim? Sim? Não?” exibem-se orgulhosamente três moradias quase tão sofisticadas quanto a nova Luz – uma delas até tem piscina. A visão chocou-me. Duplamente. Primeiro porque a minha escola já não estava lá. Segundo, porque eu já sabia que a minha escola não estava lá e que lá haviam construído aquelas três casas mas, ainda assim, eu estava à espera que tudo isso não tivesse nunca passado de um mal-entendido, um equívoco. E, então, quando olhei esperei sinceramente ver a minha velha escola e não ver casa alguma, como resultado de uma correcção cósmica de um erro crasso, de um atentado às minhas recordações.
Sucede o mesmo quando passo na Segunda Circular, por exemplo, e olho para o Estádio. Espero sempre ver três anéis e quatro torres de luzes a dizer Tudor. Mas o panorama teima em ser sempre o mesmo, numa visão tradicionalmente moderna. Mesmo quando chego ao Estádio em dias de jogo, o meu primeiro instinto naquele primeiro momento é esperar que o velho tenha sido reconstruído num instantinho e ocupe agora o lugar que o novo ocupou em tempos – mas que era e será sempre seu (do velho).
Todos estes pensamentos são fruto da minha abstracção e, antes disso, da passagem severa do tempo. As coisas vão mudando, nós vamos mudando. Só D. Sebastião não aparece. Tento compreender estas coisas e fico a pensar que crescer é assimilar mudanças, é depararmo-nos com elas, como quem descobre objectos estranhos, desconhecidos. Amadurecer é procurar essas mudanças e cuidar delas, ora estancando-as, ora incentivando-as. Já o envelhecimento é um exercício de perda. É perceber a irreversibilidade do que desaparece. Por mais que me custe, não voltarei a ver a minha escola, não voltarei a entrar no velho Estádio da Luz. E isso custa-me muito.

quarta-feira, julho 11, 2012

Supernada

Sleep all summer



And every time we turn away it hits me like a tidal wave
I would change for you but, babe, that doesn't mean I'm gonna be a better man
Give the ocean what I took from you so one day you could find it in the sand
And hold it in your hands again

Cold ways kill cool lovers
Strange ways we used each other
Why won't you fall back in love with me?
There ain't no way we're gonna find another
The way we sleep all summer
So why won't you fall back in love with me?

terça-feira, julho 10, 2012

. Príncipes encantados? .

No seguimento de um post anterior sobre coisas que vou lendo e gostando, deixo isto hoje que apanhei por aí. Ou não.


A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem. 
Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que no futuro nos vão levar à Tour d'Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar.   


O Príncipe Encantado não é o namorado mais romântico do mundo que nos cobre de beijos; é o homem que nos puxa o lençol para os ombros a meio da noite para não nos constiparmos ou se levanta às três da manhã para nos fazer um chá de limão quando estamos com dores de garganta. Não é o que nos compra discos românticos e nos trauteia canções de amor no voice mail, é o que nos ouve falar de tudo, mesmo das coisas menos agradáveis. Não é o que diz Amo-te, mas o que sente que nos possa amar para sempre. Não é o que passa metade das férias connosco e a outra metade com os amigos; é que passa de vez em quando férias com os amigos.   


O Príncipe que sabe o que quer, não é o melhor namorado do mundo; é o marido mais porreiro do mundo, porque não é o que olha todos os dias para nós, mas o que olha por nós todos os dias. Que tem paciência para os meus, os teus, os nossos filhos e que ainda arranja um lugar na mesa para os filhos dos outros. Que partilha a vida e vê em cada dia uma forma de se dar aos que lhe são próximos. Que ajuda os mais velhos a fazer os trabalhos de casa e põe os mais novos a dormir com uma história de encantar. Que quando está cansado fica em silêncio, mas nunca deixa de nos envolver com um sorriso. Não precisa de um carro bestial, basta-lhe uma música bestial para ouvir no carro.   


O Príncipe é um Príncipe porque governa um reino, porque sabe dar e partilhar, porque ajuda, apoia e nos faz sentir que somos mesmo muito importantes. 
Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica.

# Californication

segunda-feira, julho 09, 2012

A Noite Passada, 4ª Feira, 23/00h, na Rádio Autónoma


Hated to see you sad when I left
There's just no good in that but the good part was
That I came at all cuz I don't venture out
Into the lives of the new
I want you to come along for the ride
How long will you stay for your whole life
You just know you should
Can you tell me can you tell can you tell
If there is something better
Cuz you know there always is
There always is

Always myself

Boa frase que vi numa t'shirt no outro dia. Simples, mas directa:

' I'm always myself. Life is too short to be anyone else'

@ SbSr 2012

Uma única nota para o último dia: Já percebo o que se sente na Praça de S.Pedro, no Vaticano, quando o Papa lê em português. O Peter Gabriel leu uns textos em português no Meco e soou igualzinho. Qual Bento XVI no Meco. 


 P.S: Pó. Muito.

@ tourada

Semana passada fui à tourada.Sim, eu, numa tourada. Não me façam perguntas complicadas, ok? Long story.

Diálogo entre eu e M.


(soa uma corneta e todos se levantam)
Eu: Então, será que vai tocar o hino?
M: Não pah, vai voar a águia Vitória.
Eu: .....


Cavalo na arena e tal, com um senhor vestido de roupa justa, algo que sempre me criou dúvidas quanto à masculinidade daquela tradição, e parece que aquilo não estava a correr bem.


M: Então, a assobiar? Estão a assobiar o quê? O touro?
Eu: Não pah. Deve ter sido o Cardozo que foi para o aquecimento.
M: ....

@ maternidade

Há tempos, por gozo, coloquei como toque de mensagem do meu telemóvel, uma 'mix' que fizeram de uns gritos daquela jovem loira, roliça (sim, estou a ser simpático) e baixinha da Casa dos Segredos. Parece que o apaixonado dela saiu lá da casa e ela desatou em prantos. Alguém pegou e fez uma (espécie) de música. Eu, gozão, meti para toque de mensagem. 


O problema é quando se está a visitar a filha de uns amigos, acabada de nascer na maternidade e de repente, começa-se a ouvir a bela da Fanny aos gritos no meu bolso e tudo a olhar para mim no meio de uma sala cheia de visitas a várias recém-mamãs...


Quem não conhecer o belo som, pode clicar AQUI

sábado, julho 07, 2012

@ SuperBockSuperRock 2012

Este é que é o verdadeiro palco sunset...
Esta foto foi tirada durante uma das melhores surpresas do dia de ontem: Tono, uma banda brasileira, que faz um som bem engraçado:




O Pior (para mim): Lana del Rey e MIA. E o pó. Sim, continua o pó.

quinta-feira, julho 05, 2012

A Noite Passada 60 (04-07-2012)



SetList:
1- Gil Scott-Heron - Home is where the hatred is
2- Melanie Fiona - Can't say i never loved you
3- Lyeoka - Say yes
4- TV Girl - I wonder who she's kissing now
5- Hot Chip - Night and day
6- Brian Jonestown Massacre - Nevertheless
7- Jojo Effect - Jazz Bizarre (ft. Brenda Boykin)
8- Chic - I want your love
9- Norah Jones - Happy pills
10- Brothertiger - I've been waiting
11- The Pretenders- Brass in pocket
12- Craft Spells - Leave my shadow
13- The Killers - Losing touch
14- The Turtles - Happy together
15- Marvin Gaye - Gotta give it up

quarta-feira, julho 04, 2012

Feelings have a strange way of sneaking you up

O bom de termos tempo para nós, é a possibilidade de fazermos e nos dedicarmos ao que mais gostamos mas que, por vezes, pouco dedicamos. Como escrever e ler. E é isso que mais tenho feito nestes últimos dias. Ironia maior, é o facto de não conseguir dar valor a coisas simples ou alegres. Começo a reforçar algo que trago de trás em pensamento: as melhores histórias de amor só são possíveis de ser contadas se forem...tristes. A dor, o sofrimento é que fazem construir uma boa letra de música, um bom livro, um bom filme, um bom texto. Há quem tente escapar (não disse fugir, disse 'tente' escapar...) disso, talvez com medo do contágio ou do regresso a passados. Eu não sou assim. Gosto e admiro quem consegue escrever a dor. Acho que é quase uma arte ao alcance de poucos. Tenho alguns textos reunidos, que fui lendo em livros e também encontrando pela net, em blogs e que mostram a capacidade de alguns, como eu, em expressar nas palavras escritas o que certamente não conseguem em palavras ditas. Como neste texto, tirado de um blog encontrado por acaso. 


Enquanto dou por mim a absorver tudo o que foi dito e a analisar mais um relação que eu, tão profissionalmente destruí, noto uma ligeira pausa na sua marcha apressada. Os seus movimentos são agora visivelmente reflectidos e menos guiados pela emoção. Está, obviamente, a pensar nas últimas palavras que (pensa ela) me dirigirá, pois a última palavra é a única arma que resta a um orgulho ferido por um coração partido. Antecipo-as, como tantas outras vezes antecipei o que lhe ia na alma. Eterna maldição dos frios e calculistas. Por fim parece ter o discurso pronto e bem afiado. Interrompe a marcha imperial e eu ponho-me a jeito dando-lhe toda a atenção e pondo o ar culpado mais inocente que consigo. Dá meia volta e diz ininterruptamente, sem oscilações na voz: “Espero que sejam muito felizes, tu e eles, porque ninguém mais neste mundo vos há-de aturar”. Previsível, mas não dói menos por isso. Volta a dar meia volta e faz o seu corpo moreno dançar dentro do seu vestido, calculadamente largo, deixando-me com as memórias das curvas e formas que durante tanto tempo me deixaram embriagado, as formas que o vestido largo esconde, deixando os outros, insistentemente, a adivinhar, enquanto acelera novamente o passo e sai de cena. A pálpebra do meu olho direito treme continuamente. Sorrio, não com o meu habitual sorriso desafiador e ligeiramente aberto, mas antes um sorriso cínico que esconde uma lágrima. Pois a minha pálpebra não treme sozinha, toda a minha existência treme com ela, fruto de mais uma enorme desilusão da qual o único culpado é o mesmo filho da puta de sempre. Eu. Penso por breves instantes na minha primeira amante, uma mulher descomplexada, experiente, com uma beleza bem acima do meu potencial e um bolso que parecia não ter fundo às vontades de um puto de dezasseis anos. Por mero acaso, vim a descobrir que era amiga da minha mãe mas essa história fica para depois, mais para a frente. Pensei no conselho que ela me deu na altura: “Se queres mesmo ser feliz, não sejas de uma mas de todas e dá-lhes o amor que me dás agora. Eu conheço-te e és igual a mim, nunca serás verdadeiramente de ninguém. Somos demasiadamente apaixonados por nós próprios. Se fores contra a tua própria natureza espera-te uma vida de sofrimento e incompreensão, perguntas sem resposta, caminhos sem saída. Dá o amor que sabes e não o que fantasias”. Na altura ri-me, ainda novo demais para perceber que todas as verdades que preciso e viria a precisar me foram ditas pelas mulheres da minha cama (dizer da minha vida seria uma terrível ampliação de uma realidade, já por si, distorcida). Na altura ri-me e limitei-me a dar-lhe a única coisa que mais tarde vim a perceber, à custa de frases horríveis, tão verdadeiras, que me foram atiradas em tom de vingança e destruição pelas mulheres da minha cama, ser a única que tenho para oferecer a uma mulher: prazer sem compromisso. Por todas menos uma. Sento-me na rede, tentando ainda perceber tudo o que se acabou de passar e sobre tudo o que já se passou. Deixo descair o meu corpo, lentamente, até este tomar as formas do pano imundo e coçado pelo tempo, deixando então que este me envolva plenamente no seu morno e familiar abraço. Pego na minha fiel companheira, uma pequena caixa de madeira oriunda de Marrocos e entregue pelas mãos dela, da única, cujo nome não pronunciarei nem tão pouco escreverei. Abro a caixa e deixo os meus sentidos serem absorvidos pelos aromas das montanhas do Atlas, das florestas Canadianas, do calor húmido das Caraíbas, da chuva gélida de Amsterdam que disfarça o odor do sangue derramado no Afeganistão. Fabrico, habilmente (ou não fosse muita a experiência) um poço de esquecimento. Dou-lhe luz e deixo-me ser guiado pelo nevoeiro que entretanto desceu sobre mim, imaginando que a cada inspiração e expiração dou um impulso em direcção ao limbo, para um espaço intemporal e de fantasia onde os meus pensamentos voam livres de censura.

Given to Fly

Faltavam poucos minutos para o concerto do Prince. Estávamos em 2010, no SuperBock SuperRock. A noite estava fresca e a espera e o cansaço dos dias anteriores acusava nos nossos corpos. Lembro-me como se fosse hoje de nos sentarmos no chão poeirento e milhões de vezes pisado de fim de festival. Olhei para ti e perguntei como estavas. Disseste-me com a habitual sinceridade que só tu tens, que estavas bem mas, que sentias estar na hora de algo mais. À minha pergunta sobre o que era 'algo mais' respondeste: 'Estou a pensar engravidar'. Acho que na altura nem absorvi bem aquele momento. Devo ter respondido um simples 'pois' ou um ' Huumm' e o silêncio chegou no meio do festival. Hoje percebo que o tempo parou ali. Foi um momento que a eternidade acaba por comprar ali. E ficou. Mesmo que alguns meses depois tenha, com as minhas prioridades na vida, demorado a dar tempo para saber a notícia que tinha nascido naquela noite no Meco, acho que como sempre não soube como reagir. Mas, a felicidade não se mede pelos gritos ao telefone, pelos parabéns ou felicidades que se dizem. Entretanto a MC veio para junto de nós e vocês dois. Lindíssima. 
E agora, depois de algum sofrimento partilhado por todos aqueles que os adoram, chegou a Md. Ontem, 22h48, uma alegria deu conta de mim e é possível que me tenha feito soltar um sorriso como há muitos dias buscava e não tinha. 22 anos depois de nos conhecermos (história que qualquer um dos dois se lembra como se fosse hoje e ainda contada pelos nossos pais) um de nós foi...Pai. A lógica da vida de cada um fazia adivinhar que eu nunca seria o primeiro. But, that's a long story. O que fica agora é mais uma alegria, um sentimento de que nunca lhes vou deixar acontecer nada, que vou defende-las dos males do mundo, aplicando aquilo que a vida já nos ensinou ao longos destes tempos, de bom e de mau...

terça-feira, julho 03, 2012

Waiting on a miracle

Acho que já o confessei aqui: Sou absoluto fã do 'Californication'. Tenho todas as séries e já sei de cor e salteado a última (5ª época) que ainda nem estreou em Portugal. Algumas pessoas dizem que a série é apenas sexo, o Hank (personagem principal) atrás de gajas e conversas de tarados. Mentira. Não é nada tão básico como parece. É acima de tudo a história de um homem. Que tem bons mas também maus momentos. Assim como a vida de cada um. Este pequeno excerto que li num blog é uma boa opinião sobre isto: Californication has always been a show about sex, nudity and Hank’s sarcastic nature on the surface, but it’s also a show—and I’m paraphrasing Eddie Nero here—about a man who’s falling apart while trying to keep everything together. It’s a true statement, and Hank’s having trouble dealing with these issues and I’m interested to see this explored more as the season progresses.
Acompanhamos ali, os problemas de um homem que, no registo dele, parece alguém acima de tudo e como poucos são mas até muitos desejavam ser, mas que no final de contas, chega a um beco sem saída apenas e só por culpa sua e das suas decisões. Não há melhor maneira de desmistificar isso, do que colocando algumas partes das várias séries que mostram como a ideia de muitos pode estar errada...


O sorriso

'Tu nunca apareces a sorrir numa única foto'. Esta frase é mais que batida na minha vida. Vinda da mãe, de amigos, whatever, ela, quando há alguém com uma máquina de parar o tempo numa imagem por perto e que dispara contra a minha cara, aparece. Confesso que me custa sorrir. Nunca gostei de sorrir. Ou possivelmente nunca soube sorrir...mas adoro que sorriam para os meus olhos. A planície sem fim que se estende entre o meu olhar e o sorriso de alguém, é algo quase transcendente. Poucas vezes tive coragem de pedir a alguém para sorrir para mim. Acho que acaba por ser algo tão íntimo de cada um, que não é para os olhos de todos. E que não se deve pedir mas deixar acontecer. Apenas dos que merecem, mostrando por palavras ou gestos o quanto o querem e gostam. Como diz(ia) Eugénio de Andrade, há sorrisos que nos abrem uma porta, que apetece entrar nele, ficar nu dentro daquele sorriso. Correr dentro do sorriso. Mas, também se pode morrer dentro de um sorriso. E isso é que torna a vida estúpida. 

A Noite Passada, 4ª Feira, 23/00h, na Rádio Autónoma

Trying to pick up the pace,
Trying to make it so I never see your face again.
Time to throw this away want to make sure that you never waste my time
Again.

How does it feel?

Oh how does it feel to be you right now dear?
You brought this upon, so pick up your piece and go away from here.

Starla



Comment no Youtube:
1994: chilling in my dorm room rocking out to Starla
2012: 3 kids, married 10 years, doing dishes and laundry...rocking out to Starla.