terça-feira, setembro 26, 2006

O Estupidologia...

Na noite de 24 de Setembro de 2005, 4 rapazes juntaram-se no restaurante "Adega do Tagarro", no Bairro Alto para começarem a delinear as linhas orientadoras de um projecto radiofónico. Esse projecto, de nome "Estupidologia", iria entrar no programa da Universidade Autónoma na Rádio Radar, todas as 6ª feiras e seria feito por mim e pelos meus 3 camaradas de aventura, António, Pedro e Sérgio (por ordem alfabética). Lembro-me dessa noite como se fosse hoje. Combinámos o encontro na universidade com o objectivo de depois subir a pé até ao Bairro. Estávamos com os carros estacionados na 24 de Julho, quando começámos "ah e tal secalhar há aqui poucos carros e às vezes dizem que até há roubos". Decidimos ir com os 3 carros para cima. Liderei a comitiva e atrás seguia o António e o seu defunto Fiat Punto que na altura tinha poucos dias na mão dele. E encontrar lugar para o carro? Está bem está. Voltas e mais voltas, hora e tal rua acima, rua abaixo (pelo meio perdi o Sérgio), até que me fartei e entrei num parque na R. de São Roque. Assim que entro diz um senhor muito amável: " Se quiser deixe as chaves que depois arrumo aqui. Senão só no piso -4" . Piso -4, sim leram bem, -4. Lá fomos. Imaginem as descidas do parque do Corte Inglés mas reduzidas a metade e num edificio estreitissímo.Lá desci e lá arranjei um lugar.O António e o Sérgio ( que assim do nada reapareceu como se nunca tivesse estado perdido de nós) que vinham atrás, também. Quando saímos, meio brancos de tanto descer, reparámos no tarifário e rapidamente chegámos à conclusão de que tinhamos de comer rápido de forma a não ultrapassar as 2h30 que custavam 5€.
Fomos para o Bairro, estava tudo cheio e o nosso orçamento era curto. Afinal de contas, ainda éramos futuras ex-vedetas da rádio. Depois lá sugeri o Tagarro, de quem só tinha ouvido falar bem e lá fomos comer as belas das alheiras, falar do programa e das enormes expectativas que tinhamos. Jantámos e fomos logo embora tirar os carros. Acabámos a noite no Duq`s a reviver velhas histórias da vida.
Depois ao longo dos meses sentimos sempre orgulho no programa (tivesse ele sucesso ou não), nas vozes que fazíamos, nas gargalhadas que dávamos naquelas horas tardias com mais um longo de dia de trabalho a chegar na manhã seguinte, mas sempre lá fomos, sempre fizémos o nosso textinho. Só mesmo quando o tempo não o permitiu é que foi necessário repetir. Só mesmo o tempo que não tinhamos, nos impedia de ir para aquele estúdio, com a paciência do Miguel e do Pedro Dias para nos aturar muitas vezes até para lá da 00h, porque este senhor que vos escreve estragava os "sketches" com aquelas gargalhadas que, como eles dizem, só eu sei dar. Foram grandes momentos que já relembro com saudade.
O Estupidologia acompanhou um ano difícil, um ano cheio de mudanças. "Ele" foi parte das nossas vidas durante este ano. E, falo por mim, de repente, parece que todo um ciclo se está a fechar. O programa, o emprego, até o Norton está a dizer que vai expirar e obrigar-me a formatar o disco do computador. Melhores dias virão...
O primeiro dia do resto da minha vida ainda está para vir. E por enquanto estes que passam são tristes...mas como dizia a Amália, neste momento não sou feliz, mas estou bem-disposto...

P.S: Grande abraço a vocês os 3....Obrigado...

segunda-feira, setembro 18, 2006

Sabe-me bem sair do trabalho à meia-noite e tal e vir no carro, de vidro aberto a ouvir uma música qualquer, com a sensação de que fiz tudo bem e que me sinto bem. Mas isto não vai durar muito mais...

terça-feira, setembro 05, 2006

I´m still Alive.....
















Apetece-me tornar o dia 4 de Setembro no "Dia Nacional Pearl Jam". O dia em que se relembra o fabuloso concerto dado por Eddie Vedder e seus pares no Pavilhão Atlântico. "Sempre a abrir", com a paragem nos clássicos, alguns até inesperadamente tocados, fizeram-me voltar aos meus 16 anos e ao tempo onde o grunge era rei e fazia a banda sonora das nossas vidas.
Em 2000 também estive no Restelo, mas este concerto não tem comparação. Mais ligação entre "nós" e "eles", um Eddie Vedder muito mais comunicativo, mais divertido, mais 90's não só pelo aspecto mas pela maneira como vivia cada música. Foi definitivamente um dos concertos da minha vida, um regresso ao passado, um vibrar no refrão da "Alive", os saltos aos berros de "It´s evolutionnnnn babyyyy", o delírio em "Jeremy", os olhos a brilhar nos primeiros acordes da "Black", a incrível despedida com "YellowLedbetter", o último adeus de Eddie onde se notava uma hesitação entre ir e ficar para mais uma recordação...foi um grande momento da minha vida, partilhado com a pessoa que mais queria ali ao meu lado naquelas 2h30 de puro prazer e revivalismo.
Foi bom ter nascido em 80 e apanhar o grunge em 90. É bom gostar de rock, é bom saber que as nossas referências ainda vivem e estão cada vez melhores. É bom saber que estamos lá a ouvi-los e a reviver cada música como se fosse um bocado da nossa vida. É bom viver estes momentos e recordá-los...

Análise do portal "Cotonete" ao concerto:
Os Pearl Jam actuaram ontem no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Foram duas horas de um concerto empolgante, com direito a dois encores, que vai perdurar na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de o presenciar. O público lotou o recinto e ovacionou o grupo de Seattle do primeiro ao último minuto.

O concerto da banda norte-americana serviu para promover o álbum "Pearl Jam" editado em Maio deste ano. Mas, como era previsível, o alinhamento foi um desfilar de temas da sua longa discografia da qual fazem parte álbuns como "Ten", "Vs", "Vitalogy", "No Code", "Yield", entre outros. Num espectáculo de tamanha qualidade torna-se quase inglório tentar enunciar quais foram os pontos altos do mesmo, visto que a actuação valeu pelo todo e não apenas pelas partes.

Os Pearl Jam entraram em palco com a versão reprise do tema 'Life Wasted'. Logo de seguida, a descarga de energia impulsionada por 'Animal', 'Corduroy' e 'World Wide Suicide' iniciou o elo de ligação entre público e banda que se viria manter até ao final do concerto.

Na primeira comunicação com os fãs nacionais, Eddie Vedder agradeceu, e relembrou, em português esforçado, os espectáculos que a banda deu em Cascais em 1996 e, no Estádio do Restelo, em 2000.

'Even Flow' foi um dos momentos altos do concerto com o público a cantar em uníssono a letra e o refrão da música. Mas os fenomenais solos de bateria de Matt Cameron e de guitarra de Mike McCready conseguiram transportar o tema para uma dimensão onde apenas o talento verdadeiro pode ser a base da música levada a sério.

Em diversos instantes do concerto, era como se o público português e o grupo norte-americano se tornassem num só: bebiam energia um do outro e partilhavam-na de seguida sem restrições. Tanto podia ser para alertar para os perigos ambientais à escala mundial como para se fecharem sobre as dúvidas existenciais do ser humano.

'Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town', 'Jeremy' e 'Why Go', com o público a cantar em uníssono fecharam uma sequência de ouro para o primeiro encore da noite.

Nesta altura, a coesão da banda, o talento musical aperfeiçoado ao longo dos últimos 15 anos, o divertimento em palco, a música pela música, a partilha de ideias e emoções e o sentido crítico apurado foram apenas alguns aspectos que ficaram bem visíveis na actuação do colectivo de Seattle.

Eddie Vedder surpreendeu o público ao surgir no centro do Pavilhão Atlântico, no meio da assistência, num pequeno palco improvisado (como já havia acontecido no espectáculo dos Coldplay) para cantar 'Last Kiss'. Já de regresso ao palco principal, a interpretação de 'Black' foi um dos pontos mais altos do espectáculo, quer pela intensidade, quer pela identificação com público, quer pela profundidade da música que ecoou pelo Atlântico. O vocalista dos Pearl Jam finalizou-a da melhor forma com as palavras «We belong together, we belong together...». Para terminar esta sequência, 'Alive' foi o hino à vida cantado pelos fãs até onde as cordas vocais aguentaram.

Eddie Vedder observava deliciado o Pavilhão Atlântico de uma ponta à outra até que, deixando de lado a postura politicamente correcta, surpreendeu com a frase da noite ao afirmar em português: «Vocês são do C...........!!!» A histeria foi total!!!

No final ficamos com a certeza que, mesmo passados quinze anos, os Pearl Jam continuam a ser músicos de corpo inteiro com muita alma e coração.
Na primeira parte do espectáculo actuaram os My Morning Jacket. O grupo apresentou alguns temas do seu mais recente trabalho de estúdio, "Z", que cumpriu a tarefa de aquecer o público.


Nuno Príncipe com Ana Tomás in Cotonete

sábado, setembro 02, 2006

Gosto de ouvir os GNR...um dos meus passatempos é tentar descobrir a melhor frase de uma letra da banda do Rui Reininho entre tantas que por lá posso encontrar...

Para mim e entre "adoro as pulgas dos cães", "6ª feira em albufeira o mundo teve para acabar", a melhor é: "mato-me primeiro e a ti depois" na 'Sangue oculto'

Digam lá que não é fantástico...?