Há por aí um "montador de discos", que diz que esta vai ser a próxima banda a "rebentar" aí pelas rádios...é capaz...mesmo que não "rebente" vale a pena ir ouvindo e seguindo o trabalho da senhora e da banda. E até tem um nome giro... :)
No próximo fim-de-semana vai decorrer mais uma campanha do Banco Alimentar contra a fome. Num altura de crise e de dificuldades, não custa ajudar quem precisa mesmo. A Estupidologia vai mais uma vez marcar presença da melhor maneira possível, contribuindo com a sua parvoíce não só aos microfones da Rádio Autónoma, como na separação dos alimentos, sempre que fôr preciso mais braços. Lembrem-se que sábado e domingo, quando vos derem o saco branco na entrada do supermercado, que hoje não somos nós que precisamos, mas da maneira que isto está, nunca se sabe o dia de amanhã...
enquanto a chuva limpava a morte dos dias, recolhi as imagens mais extensas. o movimento dos viajantes da cidade, a memória de um rosto que apenas me olhou.
e no abraço das moradas contínuas, onde a solidão se eleva mais pura, entrego-me de novo, às tuas mãos incendiadas.
«O rio dissolve a imagem crepuscular da cidade. Uma luz lívida - como poalha de neve - veste o casario. A noite, com vagar, esconde Lisboa. A velocidade das tarefas quotidianas parou. A cidade parece iluminar-se a partir do seu interior mais secreto, onde lateja um coração muito antigo. Lisboa transforma-se, assim, no lugar privilegiado para a invenção da escrita. Nesse lugar me movimento e me encontro, e nele me perco em travessias, seduções, esquecimentos. Não há tempo. O tempo do mundo parou às portas da noite de Lisboa. E vou de beco em beco, de bar em bar, de aroma em aroma, de olhar em olhar - conheço a cidade como conheço as linhas de minhas mãos. Aqui, ainda é possível inventar uma história e vivê-la. Ou ficar assim, parado, a olhar o rio e fingir que o Tempo e a Europa não existem - e Lisboa, se calhar, também não.»